24 de abril de 2016

Hoje, mando eu!

“Qualquer coisa que for capaz de fazer, ou que sonhe que é capaz, comece-a. A coragem traz consigo génio, poder e magia”. Se pensa assim, parabéns. Quem quer, quando quer, seja aquilo que for, já tem grande parte das possibilidades conquistadas porque a força de vontade desafia lógicas e correntes filosóficas; entra no campo dos mistérios, das ilusões, provoca hipóteses, desmistifica fantasias e não sucumbe facilmente (não é cereja no bolo…) perante as dificuldades.
Está mesmo disposta a vencer? Sente o fogo interior que a deixa desafiadora perante o medo (por vezes pânico) como se fosse uma corrente contínua que a dinamiza no cenário em que se move? Bom, a isso chama-se ânimo: ensina-a a enfrentar a apatia, a vencer a angústia, ajuda-a a disciplinar-se; torna-a competitiva, firme, determinada e impele-a a enfrentar o seu mundo que lhe mostra a longa avenida de obstáculos para serem ultrapassados.
A vida não dá nada gratuitamente, mas não deixa de responder quando se procura orientação. Pode não ser à nossa maneira mas, é seguramente, à maneira admirável das leis do Universo onde cada um de nós é célula vital. Por isso se sente (agora) que é capaz de concretizar o tal sonho, parabéns. Cumprimente-o (o sonho, claro). Ele está mesmo ao seu lado! Completamente realizado! Diga obrigada. Um coração agradecido, é um coração feliz!
Pois, hoje, estou assim: animada para tecer vida. Disposta a ousar. Segura para descodificar os sussurros inspiradores da madrugada -há muito que entre nós há uma química reconfortante e absoluta. Por isso, desafio. Espalho ideias envolvidas por palavras, gosto de gostar.
Hoje (gostava de dizer) mando eu! Hoje, estou para lá do instituído e inovo, num misto de utopia e provocação. Com leveza, vou transportar-me para o campo da excelência, levando comigo ânsias humanas, sem bases em estatísticas, mas sincronizadas com a esperança, com o futuro, visualizados na cadência contemplativa do sopro que me anima. Hoje, vou levar o meu banquinho e em cima dele, num jardim de Lisboa, falo para os que me queiram escutar.
- Que todas as crianças, em cada manhã ao sair de casa, digam: 

Bom dia, dia!
- Que os pais não sintam que os dias não têm horas para:
Brincar com os filhos
- Que os idosos não tenham só por companhia:
Programas de televisão
- Que os doentes não se sintam perdidos e abandonados pela
Família e pelos médicos
- Que os sem-abrigo se vistam de frio e desistam de
Viver
- Que os jardins não tenham
Bancos, flores, crianças e pássaros nas árvores
- Que nos lugares, nas vilas e nas aldeias não existam bandas
Que toquem aos domingos nos coretos
- Que não haja música de fundo
Nos hospitais, nos infantários, nos transportes e repartições públicas
- Que as grelhas de alguns canais ofereçam excessivas
Telenovelas
- Que nem todos os infantários e escolas primárias tenham nas manhãs e nas tardes
Um copo de leite morno e um sorriso para cada criança
- Que nas janelas e varandas não existam
Flores coloridas
- Que existam nas ruas
Animais abandonados
- Que não se ensine, ou se lembre, que o Mundo começa à porta da casa de cada um: na rua, no largo. Na vila, cidade ou aldeia
A limpeza é um sinal de civismo 
- Que o ser humano não tenha
Condições de dignidade para viver. Liberdade para escolher. Oportunidades para aprender e vencer
A coragem traz génio, poder e magia. Hoje, tive a coragem de mandar. Que o poder e a magia se abracem sobre o querer e a esperança se concretize 

Bruma de Sintra

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